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Quinta-feira, 30 de Agosto de 2007

Ana Gomes: "Uso o que for preciso no confronto diplomático"

 

Helena Teixeira da Silva

Passou de estimada embaixadora de Portugal em Jacarta a voz aparentemente inconveniente dentro do Partido Socialista. Ana Gomes, 53 anos, eurodeputada, é uma mulher sem medo. E sem papas na língua. À entrevista combinada por telefone, responde por mail, num intervalo da sua agenda em Bruxelas.

Há quem agora a veja como uma "incontinente verbal". Foi a Ana Gomes que mudou ou os outros que mudaram?
Só mudou o registo em que passei a exercer o direito de opinar da diplomacia para a política era inevitável ser acusada de "incontinência" por gente constrangida pelas piores razões....Quem se sentir "molhado", que se mude...

Vê-se como a última mulher da extrema-esquerda em Portugal?
Realmente, nunca fui de extremos, nem mesmo no MRPP, onde alguns me acusavam de ser "burguesa"... Sou até cada vez mais mediana uma entre muitas mulheres, de Direita, Centro ou Esquerda, sem medo de dizer o que pensa e passar à acção.

Às vezes, sente-se a 'tonta' do PS ou é só mulher sem medo?
O medo controlo-o, para que não me impeça de fazer o que há a fazer. A "tontaria", trato de destilá-la sobre quem julga tolher-me com grosserias...

Declarou-se contra a Ota. Sinal de lucidez ou senilidade partidária?
Contra não me declarei. Mas cheia de dúvidas sim, esperando que a decisão seja tomada na base de estudos que demonstrem qual é a melhor localização e o mais sustentável projecto.

O financiamento dos partidos é a forma mais visível de corrupção em Portugal?
Além das formas visíveis, preocupam-me as invisíveis. Nos partidos e não só a corrupção é o pior cancro da democracia.

O PS é mais impoluto agora ou quando estava na Oposição?
Estou convencida de que Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso foram politicamente "assassinados" pela "inconveniência" do seu empenho de sanear e despoluir. Dentro e fora do PS.

Sócrates é o último bastião da liberdade de expressão?
Não faltarão bastiões, até graças à vacina da censura salazarista. E a blogosfera é uma arma poderosa, embora de dois gumes...

Costuma falar com ele?
Sempre que necessário e sem dificuldades.

Qual foi melhor primeiro-ministro António Guterres ou José Sócrates?
É cedo para fazer o balanço. Têm diferentes pontos fortes e fracos.

O Governo pretende que, no próximo ano, a taxa de emprego das mulheres seja de 63%, evoluindo até 2008 mais do triplo do que até 2004 [61,7%]. É uma meta concretizável?
Sim. Mas é fundamental que se concretizem também estruturas de apoio (creches, horários flexíveis, etc..). e se combata a discriminação salarial que atinge a maior parte das mulheres que trabalham.

Nos últimos 30 anos, só 6% das mulheres tiveram cargos no Governo. Sinal de uma democracia imberbe ou lenta?
Sinal de democracia incompleta, desperdiçadora de talentos e de competências.

A esta distância, como vê o volte-face em Timor?
Previsível, natural e constitucional, embora doloroso. Espero, também, que salutar para a construção democrática.

A experiência diz-lhe que os diplomatas-homens são mais interessantes do que as diplomatas-mulheres?
Depende dos homens. E das mulheres, também...

'Nem sempre a elegância estética se pode colocar acima da verdade', disse. Uma mulher activa intelectualmente rejeita as bijutarias da vida?
Qual quê? Não dispenso brincos e uso muitas vezes alfinetes na lapela...

Usa o seu charme feminino num confronto diplomático?
Uso tudo o que for preciso, mas em modalidades e doses adequadas.

Sobra-lhe tempo em Bruxelas para andar às compras?
Raramente, nem sequer para abastecer o frigorífico. Aproveito as esperas nos aeroportos.

Sente que está fora do país ou nunca se sentiu tão perto?
Nunca me senti tão dentro, estando fora cinco dias por semana.


publicado por JN às 03:22

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