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Domingo, 1 de Junho de 2008

Manel Cruz: "Continuaremos a ter dores de barriga e orgasmos em 2050"

Por muitos recomeços que haja, ele será sempre o capitão romance dos Ornatos Violeta – e isso está longe de ser mau ou de apagar tudo o que veio depois. Manel Cruz, músico mítico aos 34 anos, regressa hoje com o singular projecto “Foge, foge bandido”, 80 músicas para “ver” como um filme. Com um bónus: as suas  ilustrações “timburtianas”. 

 

Sabe o nome do ministro da Cultura?
Não...

 

Acha que alguém quer saber?
Eu não tenho particular interesse.

 

Sente-se prejudicado pelos filmes que não chegam ao Porto?
Não. O que quero ver, vejo – de uma maneira ou de outra.

 

Parece-lhe razoável que Bénard da Costa aceite apoiar uma instituição ligada ao cinema no Porto, mas recuse emprestar filmes da cinemateca?
Tem legitimidade para não emprestar, não é? Agora, se deveria emprestar, já é outra questão...

 

Os seus projectos musicais são sempre mencionados como sendo de um grupo portuense ou nortenho. Mas ninguém diz Xutos & Pontapés, a banda de Lisboa. Como lê a necessidade da referência geográfica?
O Porto tem uma identidade, mas essa distinção é mais feita por Lisboa. E é um bocado patética.

 

Gostava que Elisa Ferreira fosse a próxima autarca do Porto ou a política é-lhe indiferente?
Não é indiferente, mas preocupo-me mais com a auto-educação, com a partilha de valores no dia-a-dia – com os amigos, os colegas de trabalho, os estranhos que encontro na rua – do que com os actos dos políticos.

 

As pessoas referem-se sempre ao Manel como ‘mítico Manel’. Planeou as sucessivas despedidas para criar essa aura?
Não. Não tenho interesse nenhum em lançar coisas, construir uma carreira ou ter determinadas atitudes para criar uma imagem. Tenho é  aquele sentido de responsabilidade de só dar às pessoas as coisas em que acredito. Não entro no jogo mediático.

 

Tem um cemitério para as suas canções e desenhos, um lugar onde deposita o que não quer ressuscitar?
As coisas estão sempre a morrer, porque acabam as sensações que me provocaram. Há coisas que têm muitos factores a empurrá-las para o cemitério, mas há outras que já morreram e que continuo a ir buscar, mesmo zombies.

 

É um fugitivo?
Não sei... Sou um bocado caseiro, bicho do buraco, gosto de ter o meu castelinho – mas também fujo muito para dentro.


É tido como rapaz de rara honestidade. Partilha a ideia de Thoreau, quando ele diz que trocaria amor, dinheiro e fama pela verdade?
Uma verdade absoluta é uma coisa muito estranha. Acredito em montes de verdades, em verdades que são mentiras. As verdades são satelitezinhos; não são coisas estáticas. E não me tenho como mais honesto que ninguém. Interessa-me saber que quero ser fixe, mesmo sabendo que não o vou conseguir ser sempre. Mas interessa-me procurar ser.

 

Por exemplo, nunca descarregou uma música da net?
Descarreguei várias. O que só prova que tenho o mal em mim [Risos]. Acho que ainda andamos todos um bocado às apalpadelas em relação ao mal que provoca a pirataria, porque a afluência das pessoas aos downloads também revela sede cultural.

 

Há qualquer coisa de Tim Burton nas suas ilustrações. Revê-se naquela temática sombria?
Sou um bocadinho gótico, não é?  [Risos] Sinto aquela atracção pelas caveirinhas, o apelo dessa  força incontornável, que é a morte. 

 

Poderia ser considerado um poeta do humor negro?
Não sei. As pessoas estão sempre a considerar muita coisa: o futebolista das palavras, o letrista do futebol... Para mim, isso é tudo um mar de brinquedos.

 

Tim Burton lê Edgar Allan Poe. O Manel só lê mesmo BD e poesia?
Já tive mais vergonha disso do que tenho agora. Mas costumo dizer que no dia em que me apaixonar, vou ter muito mais sorte do que as outras pessoas, porque vou ter mais livros para ler.

 

O lado A do seu novo projecto, “Foge foge bandido”, que é lançado hoje no mercado, chama-se “O amor dá-me tesão”. É para levar à letra?
É  uma brincadeira que pode ser levada a sério. Porque não acredito na separação entre o sexo e o amor. Está tudo misturado.

 

Pode dizer-se que entra nesse disco quem entrou em sua casa nos últimos anos?
É mesmo isso [risos]. Reuni a maralha toda: músicos, não musicos...

 

... pai, mãe, irmão, irmã... Eles foram enganados?
Mais ou menos [risos]. Foi muito engraçado ver as pessoas desinibidas. Correu muito bem.

 

E agora, como imagina o mundo em 2050?
Com a ideia de que estamos na vanguarda._Mas, no fundo, continuaremos a ter dores de barriga e orgasmos.

 


publicado por JN às 02:34

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