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Segunda-feira, 20 de Agosto de 2007

Fernando Alvim: "Gosto de ficar a dever dinheiro no talho lá da rua"

 

 

 

Helena Teixeira da Silva

Está de férias na Régua. Ao telefone diz preferir responder por mail, mas não tem a certeza se, em pleno Douro, conseguirá aceder à internet. Conseguiu. Fernando Alvim, 33 anos, mais de dez anos de currículo radiofónico e televisivo, continua a ser considerado um dos mais promissores comunicadores.

 

Tony Blair foi capa da última Men's Vogue; Caetano Veloso da última Rolling Stone. O primeiro foi melhorado pelo Photoshop para parecer um homem saudável; o segundo surge com rímel e outros adornos femininos, vá lá saber-se porquê. Qual inveja mais?

O Caetano Veloso, porque está a atravessar a fase “ Ney Matogrosso” e toda a ajuda é pouca. Para além disso, penso que não haverá dúvidas em relação à diferença de notoriedade das duas publicações, a men’s vogue é uma espécie de “ Ana + atrevida” a Rolling Stone é para homens com barba rija. Sem rímel, portanto.  

 

Supostamente, Freud nunca conseguiu responder à pergunta: "O que quer uma mulher?". E você?

Não consegui e suspeito que quem o conseguir se torne rapidamente milionário por tamanha descoberta. As mulheres conseguem estar ao telefone e escrever uma carta no computador ao mesmo tempo, aposto que neste momento estará uma mulher a ler este inquérito e a jogar vólei no mesmo instante. E isto é estranho. Muito estranho mesmo.  

 

De acordo com um inquérito da match.com, sete em cada dez solteiros vão de férias convencidos de que encontrarão o par ideal. É com esse espírito que parte de férias?

Não, na verdade, faço exactamente o contrário, só procuro a mulher ideal durante os meses em que trabalho, porque nas férias procuro uma mulher que não seja ideal. Gosto de me meter com uma boa galdéria com nomes tipo Josefina, Ivanka e Jurema. Tão bom, tão bom.  

 

No livro "No dia em que fugimos tu não estava em casa" revela-se um pinga-amor. É um romântico?

É bem verdade, sou o Vítor Espadinha dos tempos modernos, só que não trago nos olhos a luz de Maio nem nas mãos o calor de Agosto embora reconheça que sou um 30 de Fevereiro de um ano por inventar. 

 

Também é um daqueles homens que não entende por que razão as mulheres gostam do Dr. House?

Porque pensaram inicialmente que o “Doutor Casa” falava de casamentos e da forma como poderiam planear a cerimónia. As mulheres adoram estas coisas, ver os vestidos de noiva, o tapete vermelho para a entrada, confétis, comprar alsa drink, enfim. Pensavam que era isto e quando perceberam que não era, já era tarde demais, o “Doutor Casa” não casando ninguém tinha até já desfeito alguns casamentos e sem que notassem, tinha-se tornado um vício. 

 

Aos 24 anos foi viver e trabalhar para Lisboa. Foi a sua sorte?

Não, foi precisamente ter vivido no Porto até aos 24.

 

 

A maior parte dos colegas que no início dos anos 90 esteve consigo na Rádio Press são hoje jornalistas. Lamenta por eles ou por si?

Logicamente, lamento por eles e por todos os meios de comunicação que os acolheram. Juro, que fiz tudo para impedir que tal acontecesse. 

 

Não faz nada sem meter uma piada pelo meio. E se deixarem de lhe achar graça?

Como assim? Eu pensava que isso já tinha acontecido. Querem ver que não.  

 

A popularidade é um vício?

Não, é uma consequência do teu trabalho e da tua exposição. Podes ser popular por boas ou más razões, agora que me lembro, há em Portugal um partido popular sem razão nenhuma. 

 

O "Boa Noite Alvim [Sic Radical] é a uma tentativa de fazer um programa mais sério?

Não mais sério, mas sim mais adulto o que não é a mesma coisa. Não apresento programas em busca de alguma suposta seriedade, pelo contrário, gosto de ficar a dever dinheiro no talho lá da rua e roubar maçãs a merceeiros distraídos. Gosto de ser visto como um bom malandro. 

 

Nesse programa, a actriz brasileira Bruna Lombardi disse que "fala demasiado para seres misterioso". Considerando que as mulheres gostam de homens misteriosos, vai corrigir a trajectória?

Não sou misterioso, não tenho segredos, falo demasiado, mas uma vez uma prima afastada disse-me isto “ óoo cara linda , óoo cara linda!” enquanto me dava estalos na cara a um ritmo de 50 por minuto. Querem melhor coisa do que isto?

 

Esteve seis anos à frente do Curto-Circuito [Sic Radical]. Se tivesse que traçar o perfil dos adolescentes de hoje, com base nesse programa, diria que é uma geração rasca?

Não é uma geração rasca, nem à rasca, nem de desenrasca. É uma geração que ainda não teve o tempo suficiente para mostrar o que vale mas vai fazê-lo o quanto antes. Os miúdos são agora mais inteligentes porque crescem mais cedo, porque passam pela pré-primária e chegam à primeira classe a saber contar e até a ler. Vi outro dia uma criança de 4 anos a falar e ler correctamente inglês e fiquei impressionadíssimo. Só mais tarde, percebi que se chamava martha stewart e era inglesa. 

 

Em "O Perfeito Anormal" [Sic Radical] descobriu Ricardo Araújo Pereira e José Diogo Quintela. Sente-se uma espécie de Júlio Isidro?

Sim mas não só. Sinto-me uma espécie de Júlio Isidro mas também um pouco de Luís Pereira de Sousa, de Demis Roussos, de Totó Cotugno, de Vítor Espadinha, de Eládio Clímaco, de Júlio César, de Anthimio de Azevedo. A este propósito, aproveito para dizer que amanhã o céu estará pouco nublado ou limpo com rajadas de 100km/hora a norte do cabo da roca. 

 

E no Festival Termómetro Unplugged descobriu os Ornatos Violeta e os Silence 4. Reclama gratidão ou vive bem sem ela?

Reclamo gratidão e eles telefonam-me várias vezes por dia a dizer obrigado. É assim há muitos anos e por vezes já quase nem falamos, o telefona toca, eu atendo, digo: Estou! E do outro lado ouço apenas: Obrigado!  

 

Voltando à televisão, é para Nuno Markl [com quem dividiu "O perfeito anormal"] o que Jardim Gonçalves era para Paulo Teixeira Pinto?

Talvez, mas com menos dinheiro, menos idade e o melhor de tudo, sem o Joe Berardo pelo meio.  

 

Consegue realmente apreciar o programa do Rui Unas na Sic Radical?

Não vejo televisão desde o tempo em que o Mário Crespo era correspondente da RTP em Nova Iorque e a Vera Roquete apresentava o “Agora escolha”. Estamos conversados? 

 

Qual é a motivação para continuar a editar a revista 365, que só tem cinco mil exemplares e o faz perder dinheiro?

A certeza de que um dia serei condecorado pelo presidente da república e a esperança de um dia entrevistar  Manuela Eanes, que para mim, fez por um produto o que muitas mães não fazem por um filho. O produto é: A Laca. 

 

Nessa revista, entrevista ícones datados como a menina que fazia a publicidade do "comboio que vai com o Pai Natal ao circo". Como foi essa experiência?

Foi óptima e valeu também pela sessão fotográfica. Fui  para a estação de Sta Apolónia vestido de coelhinho e foi com esta indumentária que tratei de convencer o chefe da estação a fazer uma sessão fotográfica numa das carruagens do comboio, juntamente com o Pai Natal e a miúda que agora tem a minha idade. Eu acho que eles estavam convencidos que íamos fazer um filme porno dentro da carruagem e não fácil convencê-los. As imagens em breve poderão ser vistas no sexyhot. Ou talvez não. 

 

Além da rádio e da televisão, é DJ. Não acha estranho que lhe paguem no país inteiro para passar a música do dartacão e outras pérolas semelhantes?

Acho, acho mesmo muito estranho mas existem pessoas para tudo, até mesmo para me ouvirem a passar música. Eu bem lhes digo no inicio das minhas actuações para não perderem tempo, para se recolherem aos lares mas não adianta muito. As pessoas querem ouvir o dartacão, o tom sawyer, a abelha maia e o loveboat. Sinto-me impotente, felizmente, só nesta situação. 

 

 

"Eu tenho uma ideia" é talvez a frase que mais vezes o ouvimos repetir. Tens mesmo facilidade em vender tudo o que te passa pela cabeça?

É verdade que “eu tenho ideia” é uma das minhas frases mais repetidas. Na infância era “ Ainda falta muito” que eu repetia exaustivamente nas viagens longas e já na adolescência “ Pai empresta-me dinheiro!” figurava na primeira posição. De resto, ter uma ideia não significa que a iremos vender. Com verdade,  não tenho jeitinho nenhum para o negócio. 

 

É verdade que tem vocação para ser roubado?

Não, o que me parece é que há muito gente com vocação para me roubar.

 

 


publicado por JN às 02:48

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