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Terça-feira, 21 de Agosto de 2007

Joe Berardo: "Não sou tão importante como Gulbenkian, mas quase"

 

 

Helena Teixeira da Silva

 

Em Portugal quase não há um dia em que não seja notícia.  Joe Berardo, 62 anos, é o homem de que se fala: seja pelo CCB, pelo SLB, pelo BCP ou pela PT. Ao fim de três semanas de tentativas goradas, o comendador encontrou 15 minutos livres para responder à entrevista. Em português.

 

Está mesmo arrependido de ter dito “Fuck him” a Rui Costa ou acha que isso influiu no desempenho dele?

Continuo a achar que tenho razão. Se não o tivesse espicaçado, ele não teria marcado dois golos contra o Copenhaga. Há 14 anos que não fazia um jogo daqueles.

 

Acha que devia aplicar a estratégia à equipa inteira?

Se for para todos marcarem golos, acho que sim. As pessoas têm que ser motivadas.

 

A_sua OPA ao Benfica fracassou. Hoje é um dia triste?

Não. As acções estavam a cair e não sei o que teria acontecido se eu não tivesse interferido. O meu objctivo – chamar a atenção para a marca SLB – ficou cumprido.

 

Veste-se de preto como os mágicos. O seu melhor truque é saber fazer dinheiro?

[risos] Não sei. O que sei é que sem dinheiro, a vida é muito mais difícil. E a cultura ainda pior.

 

É o quinto homem mais rico de Portugal. Não tem medo de ser assaltado?

Acho que não. Se vivesse em Angola, Venezuela ou Brasil, talvez. Em Portugal, não. E se fosse para viver com essa preocupação mais valia doar tudo o que tenho.

 

Se perdesse toda a sua fortuna começava do zero ou perdia a cabeça?

A única certeza que tenho é que um dia vou partir. Mas enquanto há vida, há esperança. Recomeçava do zero, obviamente. Já tantos portuguses o fizeram, e em situação tão mais difíceis.

 

Disse que nunca regressaria a Portugal. Regressou porquê?

As nossas raízes são como as mulheres: podemos dizer mal delas, mas se as amamos acabamos por voltar. Tenho com Portugal uma relação de amor-ódio.

 

Veio para ficar?

Ai isso já não sei.

 

Já pensou corrigir o seu português ou gosta mesmo de o misturar com o inglês?

Os meus negócios na África do Sul sempre foram feitos em inglês. Como não sabia o idioma, até em casa falava para aprender. Foi muito duro. É o hábito.

 

Portugal é um bom país para enriquecer?

Não, nada. É um bom país para trazer a fortuna.

 

Em terra de cegos quem tem um olho é rei?

Isso é um ditado antigo, mas que não tem nada a ver com a realidade. Não há sequer terras de cegos. Veja o número de europeus que vão para Angola à procura disso e veja o que lhes acontece.

 

Mas foi em África que cumpriu o seu sonho americano...

Mas foi porque levei uma ideia nova. Essa foi a minha vantagem sobre as outras pessoas.

 

Aparentemente, não há negócio que lhe escape...

... Escapam, escapam. Escapam muitos, infelizmente.

 

A TAP também poderia ser para si um bom negócio?

Já estive uma vez em negociações com eles. A TAP é uma companhia sólida. Ultimamente teve um management que conseguiu dar a volta àquilo, mesmo no meio de tantas dificuldades. Fez um bom trabalho. Achei que a situação da TAP era muito pior do que é.

 

Se as eleições legislativas fosse hoje, votaria em José Sócrates?

estePortugal precisa de um primeiro-ministro com a coragem dele para dar uma reviravolta ao páis. Se queremos acompanhar a competititvidade do mundo, temos que ter líderes como ele senão estamos tramados.

 

E escolheria Isabel Pires de Lima para a Cultura?

Temos opiniões diferentes em relação a muitas coisas. Mas considerando o dinheiro que ela tem, o trabalho não tem sido mau.

 

Disse que Mega Ferreira representa bem o intelectual portugués. Isso significa o quê?

Ele faz parte da fatia intelectual portuguesa; eu não sou desse clube. Acho que ele tem o seu valor. Compreendo que não goste da minha maneira de trabalhar.

 

Sente que o seu leque de inimigos de colarinho branco está a aumentar?

Não. Sinto que está a aumentar o meu leque de boas pessoas.

 

Vetou a OPA da Sonae à PT, travou o regresso de Jardim Gonçalves ao BCP, fez uma OPA ao SLB. Vê-se como o senhor OPA?

Não gosto de pessoas que perseguem o capital. Continuo à espera do dia que as pessoas percebam que o dinheiro não é tudo na vida.

 

Há cada vez mais pessoas à sua volta a pedir coisas?

Isso foi sempre assim. Sempre toda a gente me pediu coisas. Ajudo muitos._Não sou tão importante como Gulbenkian, mas quase, no sentido em que tenho ajudado muita gente com bolsas de estudo.

 

É presenta assídua no CCB?

Vou sempre que posso. Já tivemos mais de 800 mil visitas. É uma marca inédita em Portugal e mesmo a nível mundial.

 

Ainda mantém as suas colecções de selos e caixas de fósforos?

Ainda. Ainda há pouco tempo estive a vê-las.


publicado por JN às 03:28

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