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Domingo, 27 de Abril de 2008

Ana Drago: "Beleza não é atributo que possa ser-me consignado"


É menos seca do que no Parlamento. E ainda mais bonita do que aparenta. Mas Ana Drago, 32 anos, rejeita o elogio. Prefere que lhe destaquem outras virtudes, como a capacidade de afrontar o Governo. A popular deputada do Bloco de Esquerda licenciou-se em Sociologia, em Coimbra, cidade que acabaria por despertá-la para a política.

Foi eleita a política portuguesa mais apreciada no blog 'Arrastão' com mais de 30% dos votos. Que leitura faz da votação, sendo o BE tão pequeno?
[Risos] O Arrastão é de um bloquista [Daniel Oliveira]. Mas espero que seja o reconhecimento do nosso trabalho e capacidade de afrontar o Governo.


Mesmo fora dos blogs bloquistas é sempre eleita a deputada mais bonita. Isso incomoda-a?
[Risos]Não acho sequer que seja verdade! A beleza não é atributo que possa ser-me consignado.


Prefere ser eleita a 'menina má'?
Tenho mesmo que escolher? [risos] Quero só que me reconheçam alguma perseverança e capacidade de afrontar o Governo.


É a nova Odete Santos do parlamento?
Só me faz propostas de semelhança difíceis [risos]. A Odete é uma mulher muito combativa, mas tem um estilo de discurso e de confronto político muito próprios. Nisso, somos bastante diferentes. Mas, se me reconhecerem essa combatividade, fico satisfeita.

Também fica satisfeita com o facto de ela considerar que o BE é o partido mais próximo do stand-up comedy real?
Diz a mulher do teatro?! A política que faz teatro?! Será inveja? [risos]


Reconhece que as mulheres, quando fazem incursões pela política, desenvolvem um discurso demasiado masculino?
Não é masculino; é agressivo. As mulheres podem ter, assumidamente, um discurso agressivo.


Mas alguma vez sentiu que se excedeu na análise política?
Sim, às vezes entusiasmo-me...


Apagaria a comparação entre um crucifixo e um chouriço?
[Risos] Não disse aquilo com objectivo de ofender ninguém. Se o fiz, não queria fazer. Mas confesso que o tipo de reacções que suscitou também me divertiu.


E tem fair-play quando os excessos vêm de Miguel Sousa Tavares que numa crónica a baptizou como "a vírgula"?
Tenho fair-play quando apanham bem as minhas fraquezas. Mas ele foi rasteiro. Porque sou miúda posso dizer disparates, mas ele nem sequer discutiu os meus argumentos [sobre o aborto]. Isso é machista, paternalista. Execrável mesmo. E isso não aceito.


Vasco Pulido Valente disse que 'era velhíssimo na adolescência'. Filha única, criança habituada a conversa de adultos, a afirmação encaixa-lhe?
Ele disse isso? [risos] Encaixa, o que me deixa muito preocupada em relação ao meu futuro.


Ainda não tem carta de condução. Também a massacram todos os dias, inquirindo-a sobre quando é que a vai tirar?
Sim! [risos] Parece que não ter carta é uma falha de carácter!


Gostava de voltar a viver em Macau?
Gostava. Faz bem ser estrangeira noutro sítio. Faz bem à cabeça e à percepção que temos do mundo.


Isso quer dizer que tem vontade de ir embora?
Todos os dias. Estou a brincar [risos]. Às vezes tenho, mas no futuro próximo isso não vai acontecer.


Afimou que José Sócrates trata os portugueses como crianças. Como os trata o PSD, principal partido da oposição?
Principal partido da oposição significa PSD? [risos] É o maior; não diria que é o principal. Não oferece alternativa aos portugueses. 


É mais fácil, hoje, criticar o PSD do que o PS?
É irrelevante criticar o PSD. Não conta para o jogo porque não tem uma proposta política. E os partidos existem para isso.


Dizerem que tem a escola de Francisco Louçã é um elogio?
Mesmo quem não concorda nem gosta politicamente dele, reconhece-lhe uma capacidade de comunicação e confronto invejável. Por isso, é obviamente um elogio.


Citou Eça de Queirós a propósito de Durão Barroso: "Este governo não cairá porque não é um edifício; sairá com benzina porque é uma nódoa". José Sócrates cairá? De que forma?
Este Governo não sairá com benzina – ruirá. Provavelmente precisa que várias pessoas abanem o edifício que está a construir, porque tem fraquezas óbvias.


Nesse Governo de Durão Barroso, Paulo Portas reconheceu-a como aquela jornalista a quem um dia ele virou costas?
Não, não [risos].


Se tivesse uma lâmpada mágica com um só desejo, gastá-lo-ia a libertar Ingrid Betancourt das FARC ou o Zimbabwe da ditadura de Robert Mugabe?
Não gosto de jogos de anulação; gosto de construir o meu desejo. Escolheria uma liderança política para os EUA que permitisse  transformar este ambiente internacional de crispação, belicismo, divisão entre as nações, que está afundar até coisas que parecia que tínhamos conquistado nos anos 90, depois do final da guerra fria.


Duas vezes Bush nos EUA é pior do que Berlusconi três vezes em Itália?
É. Berlusconi é uma caricatura. Busch também é, mas tem um impacto desmedido no mundo.

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publicado por JN às 04:45

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